21 março, 2010

Encontro Ibérico de Taizé no Porto: uma peregrinação às «fontes da alegria» -Diário de Bordo



De 13 a 16 de Fevereiro, enquadrado com a MISSÃO 2010 realizou-se no Porto o Encontro Ibérico que reuniu mais de 6.000 participantes. Entre eles, estiveram jovens de 26 países e várias centenas de famílias de acolhimento partilharam não só as suas casas como as suas vidas.
Durante estes dias, todos juntos peregrinámos em direcção das “fontes de alegria”. As pessoas vindas de todos lados, começaram a chegar ao Dragão caixa no dia 13. Quando eu cheguei, fiquei surpreendida com a quantidade de pessoas que lá estavam. Tratei da inscrição e depois fui para a Paróquia das Antas, onde conheci a Família que me ia acolher durante estes dias. Ainda neste dia, voltei ao Dragão caixa onde o fórum musical encheu o pavilhão de gente e de alegria. Seguiu-se o jantar e a Oração da noite, que se realizava simultâneamente na Igreja da Trindade e no Dragão caixa. No dia seguinte, eu e as raparigas, que a nossa simpática Família de acolhimento recebeu, fomos á missa na Igreja das Antas. Este foi para mim, o primeiro momento em que senti o verdadeiro espírito de Taizé numa Eucaristia típica Portuguesa. Na tarde do dia 14 de Fevereiro, fui assistir a um workshop intitulado “ Porquê Taizé? Porquê em Taizé?”, um irmão africano e um irmão sul-americano apresentaram a comunidade e falaram sobre os seus percursos pessoais, o que achei muito interessante. Na oração da noite, deste dia, houve um aspecto em especial que me sensibilizou: o Irmão Alois leu a carta enviada por um jovem Haitiano* a Taizé, o seu testemunho, simples e chocante, testemunhou o seu sofrimento. Foi por isso um grande momento de fé e partilha que me questionou.
O dia 15 começou com uma oração no Externato das Escravas do S. Coração. Uma oração bem ao estilo de Taizé que nos repôs as forças de que precisamos. Reunimos depois em grupos de reflexão, onde o tema abordado foi uma parte da Carta da China. Neste momento houve um verdadeiro sentimento de partilha, onde aqueles que estavam mais à vontade partilharam as suas experiências e opiniões, chegámos a conclusão que Deus é maior do que todos pensamos e que basta acreditar e não cruzar os braços para compreendermos os frutos da fé. Acabada a reflexão, que foi bastante frutífera, almoçámos com as nossas famílias de acolhimento. De tarde fui a um Workshop chamado “De Passo em Paço” que consistia num percurso pedestre pela zona histórica do Porto dirigido pelo Dr. Luís Amaral, Professor da Faculdade de Letras do Porto.
À noite, a oração foi passada no Dragão caixa. Como foi a última oração comunitária transpuseram aqui o ritual da última oração comunitária da semana em Taizé.

As velas, fontes de luz! É sempre diferente ver a igreja iluminada com muitas velinhas pequenas, o momento em que se encontram todas acesas dá-nos esperança, alegria, força, determinação. É uma sensação inexplicável. A mensagem do Irmão Alois falava-nos dessa mesma chama, que iluminaria o nosso caminho. A leitura da oração convida-nos a partilhar, na qual Pedro nos diz: «Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho».
No último dia, apenas tivemos tempo para a oração da manhã, para ouvirmos a história de partilha que o padre Bacelar tinha para nos contar, e para sabermos um pouco mais sobre as irmãs Combonianas.
No testemunho do jovem haitiano, ele dizia, que no meio de tanta tristeza os cânticos de Taizé eram cantados e davam-lhe muita força. Isso também acontece comigo, “Deus é amor, Atreve-te a viver por amor”- desafia o cântico. Para mim, a grande dúvida é se serei capaz de viver por amor, por Deus. Eu acredito, e como tal a minha resposta é “sim”! O espírito de Taizé é isso mesmo, viver por Deus, viver por amor.
Como o irmão Alois disse, um cântico poderia acompanhar-nos de regresso a casa e também ao longo do caminho da nossa vida: «A alma que anda no amor nem cansa nem se cansa.» Quando a alma está cheia de amor, quando vive para amar, a coragem renova-se, os que procuram Deus podem caminhar sem se cansarem.
O que fica destes dias é uma grande força para mudar, e fazer mudar, as coisas que estão mal, ou menos certas, a esperança, a fé de que tudo é possível e, obviamente, a saudade, pois “Os grandes momentos de hoje, são as grandes recordações de amanhã.”. Por último, só queria salientar que todos estes dias no Porto giraram em torno das “fontes de alegria” e no final todos concluímos o mesmo - Deus é a fonte, a fonte de que todos precisamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi lindo